Imagens feitas em 27/06/2016 - na horta da Escola Saturnino de Brito
Vejamos alguns aspectos do Cultivo do Milho no Brasil
No Brasil a produção de milho verde é feita principalmente em pequenas propriedades, que possuem de 1 a 5 hectares, pois os bons preços de mercado e a necessidade do fornecimento constante ao mercado consumidor favorecem a sobrevivência dos pequenos e médios produtores. Lavouras irrigadas possibilitam o suprimento do mercado mesmo nos meses mais secos. A produção tem se concentrado principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, e Goiás.
Comercialização
As vendas da produção de milho verde são realizadas principalmente através dos Ceasas, facilitando assim a sua distribuição e a formação dos preços dos mesmos. As vendas são feitas em sacos de 25 kg, que possuem em média de 50 a 55 espigas. [20] O número de atravessadores na cadeia de distribuição do milho verde costuma ser muito grande, sendo comum a venda do milho 4 ou 5 vezes antes de chegar à mesa do consumidor final, o que gera aumentos de preço muitas vezes superiores a 10 vezes o valor inicial do produto.
Preferências dos consumidores
Os consumidores brasileiros preferem espigas com grãos dentados amarelos, uniformes, com espigas longas e cilíndricas (maiores que 15 cm de comprimento de 3 cm de diâmetro), com sabugo fino e claro, sem falhas de granação, casca do grão delicada, espigas com bastante palha, baixa produção de bagaço, e alta produção de massa. [15]
Cultivares de milho verde
A exigência dos consumidores pela qualidade do milho verde têm sido crescente. Os novos padrões de consumo e a internacionalização da culinária têm levado às empresas produtoras de sementes a desenvolver cultivares que atendam às novas necessidades. Trazer sementes de outros países é uma prática inviável tanto pela não adaptação biológica à nossa região quanto pelo gosto regional peculiar do brasileiro.
São poucas as cultivares especialmente desenvolvidas para a produção de milho verde no Brasil. Entretanto, novas cultivares estão em processo de desenvolvimento e adaptação pelas empresas produtoras de sementes, impulsionadas pelo elevado preço de mercado quando comparado às cultivares convencionais. Os sacos de sementes de milho são geralmente padronizados em 60.000 sementes cada.
Ciclo
O ciclo do milho não varia somente de acordo com a variedade. A maturação do milho é controlada basicamente pelas temperaturas enfrentadas durante o seu desenvolvimento, o que é descrito pela teoria dos “graus-dia acumulados”. Sendo assim, nos meses mais frios, o tempo entre o plantio e a colheita gira em torno dos 140 dias (~4,5 meses), enquanto nos meses mais quentes a colheita é mais precoce, ocorrendo em torno dos 90 dias (~3 meses) após o plantio. Já para o milho grão, o ciclo é maior até a colheita, pois se colhe somente quando o grão atinge a maturidade fisiológica.
Plantio
Épocas de plantio
Podemos plantar o milho verde em várias épocas do ano (escalonamento da produção), pois o abastecimento do mercado deve ser constante devido à impossibilidade da estocagem do produto. Em sistemas não-irrigados, a produtividade esperada com o plantio na época mais propícia (de outubro a dezembro) é de 400 a 500 sacos de 25 kg por hectare. Já em plantios de janeiro a março (safrinha), espera-se se de 250 a 350 sacos por hectare, ou seja, cerca de 1/3 a menos que na safra. Apesar da menor produtividade da safrinha, esta produção é geralmente vendida por melhores preços. O pico de produção em São Paulo ocorre de janeiro a abril, mas o pico de consumo se dá de maio a junho, devido principalmente às festas juninas, gerando o aumento dos preços. Entretanto, devemos também considerar que no inverno existe mais risco de secas e geadas.
Formas de plantio
O plantio do milho pode ser feito em sistema convencional ou em plantio direto, de forma mecanizada, manual ou com matraca, semeando-se de 3 a 5 cm de profundidade. A densidade de plantio, ou seja, o número de plantas por hectare é um fator importantíssimo a ser considerado na produção do milho verde. Plantios mal dimensionados podem gerar baixa produtividade ou espigas pequenas demais, sendo que as densidades geralmente variam entre 30.000 a 70.000 plantas por hectare, com espaçamento variando de 1 a 0,8 m entre linhas de plantio.
Adubação
As recomendações de adubação para a produção de milho verde são geralmente as mesmas que para a de milho grão. Antes de tudo, devemos realizar a amostragem do solo, enviando-as para análise em laboratório especializado. Se for constatada a necessidade de corrigirmos a acidez do solo, fazemos a calagem do solo, com a aplicação de cal. Além da correção da acidez, devemos também realizar a adubação, que geralmente é feita em 2 etapas: no plantio e cerca de 30 dias após a emergência das plantas (adubação de cobertura). Os principais nutrientes a serem aplicados são os macronutrientes: nitrogênio, fósforo e potássio.
Pragas e doenças
Dentre os principais problemas nas lavouras de milho verde estão as lagartas-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), e o percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus). Dentre as principais doenças estão as ferrugens tropical, comum, e polissora, as manchas de cercospora e a feosféria. Tanto os insetos quanto as doenças devem ser tratados inicialmente de forma preventiva, principalmente com o uso de variedades resistentes, entretanto, muitas vezes o controle químico é necessário, com o uso de defensivos agrícolas específicos.
Colheita
Devemos colher o milho verde quando ele se encontra no estádio de maturação chamado de “grãos leitosos”, pois apresentam aspecto leitoso quando espremidos. Nesta fase, os grãos possuem de 70 a 80% de umidade, ou seja, ocorre antes do ponto ideal para a ensilagem (63 a 67% de umidade) destinada à alimentação animal. O ponto de milho verde dura de 4 a 5 dias, sendo que após esse período, o milho já será considerado “passado”.
A colheita pode ser realizada de forma manual ou mecanizada. No Brasil a forma predominante é a manual, fato que se deve ao baixo acesso dos pequenos produtores às máquinas especializadas. Na colheita manual, necessita-se cerca de 10 pessoas para a lotação de um caminhão (500 a 600 sacos de 25 kg) em tempo aceitável. [20]
Terceirização
Existe uma forte tendência da terceirização da colheita pelos produtores. Para reduzir o trabalho do agricultor, quem tem colhido o milho verde são os próprios compradores, que já possuem trabalhadores próprios.
Após a colheita, o milho continua a converter o seu açúcar em amido. Isso faz com que o tempo máximo da colheita ao consumo final gire em torno dos 2 aos 5 dias, quando mantidas à temperatura ambiente. A durabilidade de espigas empalhadas é maior do que as sem a palha.
http://www.agric.com.br/producoes/milho_verde.html acesso em 28/07/2018
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